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A qual distância você precisaria estar para sobreviver a uma explosão nuclear?

Já se passaram mais de 75 anos desde que duas bombas nucleares foram detonadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, fazendo pelo menos 129 mil vítimas e causando efeitos devastadores à saúde a longo prazo.


Explosão da bomba atômica sobre Hiroshima

Até o momento, esses são os únicos casos de armas nucleares sendo usadas para a guerra e eu espero que continue assim, mas a realidade é que existem cerca de 12.700 ogivas nucleares restantes no mundo nos dias de hoje.


Então, a qual distância você precisaria estar para sobreviver a uma explosão nuclear?


Primeiro, vamos esclarecer uma coisa: Não existe uma maneira correta de estimar o impacto de uma única bomba nuclear, porque depende de muitos fatores, incluindo o clima no dia em que foi lançada, a hora do dia em que foi detonada, o layout geográfico de onde atinge e se explode no chão ou no ar.


Mas, de um modo geral, existem alguns estágios previsíveis de uma explosão nuclear que podem afetar a probabilidade de sua sobrevivência.


Aproximadamente 35% da energia de uma explosão nuclear é liberada na forma de radiação térmica e como a radiação térmica viaja aproximadamente à velocidade da luz, a primeira coisa que atingirá você é um flash de luz e calor ofuscantes.


A luz em si é suficiente para causar uma coisa chamada cegueira por flash – uma forma geralmente temporária de perda de visão que pode durar alguns minutos. Minutos que poderiam salvar a sua vida e agora podem te condenar!


Vamos considerar uma bomba de 1 megaton, que é 80 vezes maior do que a bomba detonada sobre Hiroshima, porém muito menor do que muitas armas nucleares modernas.


Para uma bomba desse tamanho, pessoas a até 21 km de distância experimentariam cegueira instantânea como se estivessem no escuro e saíssem num dia extremamente claro e pessoas a até 85 km ficariam temporariamente cegas mas conseguiriam ainda enxergar vultos como uma noite bem escura.


O calor é um problema para aqueles mais próximos da explosão.


Queimaduras de primeiro grau podem ocorrer a até 11 km de distância, e queimaduras de terceiro grau, do tipo que destroem e formam bolhas no tecido da pele, podem afetar qualquer pessoa a até 8 km do epicentro da explosão.


Queimaduras de terceiro grau que cobrem mais de 24% do corpo provavelmente seriam fatais se as pessoas não recebessem cuidados médicos imediatos.


Essas distâncias são variáveis, dependendo não apenas do clima, geografia e distância, mas até do que você está vestindo. Roupas brancas podem refletir um pouco da energia de uma explosão, enquanto roupas mais escuras absorvem mais calor.


Mas é impossível que isso faça alguma diferença para aqueles infelizes o suficiente para estar dentro dos 8 km centrais da explosão.


As temperaturas perto do local da detonação da bomba durante a explosão de hiroshima foram estimadas em 300.000°C, o que é aproximadamente 300 vezes mais quente do que a temperatura em que os corpos são cremados, então os humanos seriam quase instantaneamente reduzidos a pó.


Mas para aqueles um pouco mais distantes do centro da explosão, existem outros efeitos a serem considerados além do calor.


A força de uma explosão nuclear também afasta o ar do local da explosão, criando mudanças repentinas na pressão do ar que podem esmagar objetos e derrubar prédios.


Dentro de um raio de 6 km de uma bomba de 1 megaton, as ondas de choque produziriam 180 toneladas métricas de força nas paredes de todos os edifícios acima de dois andares e a velocidades do vento chegaria a 255 km/h.


Em um raio de 1 km, o pico de pressão é quatro vezes maior e a velocidade do vento pode passar dos 750 km/h.


Tecnicamente, os humanos podem suportar essa pressão, mas a maioria das pessoas seriam soterradas pela queda de edifícios, casas e qualquer coisa que saísse voando com o vento nessa velocidade seria potencialmente perigosa.


Se você de alguma forma sobreviver a tudo isso, ainda existe o envenenamento por radiação e as consequências nucleares não só para seu corpo, mas para todo o ambiente ao redor.


Por exemplo, um estudo simulado publicado em 2019 descobriu que uma guerra nuclear entre os Estados Unidos e a Rússia mergulharia a terra num inverno nuclear em poucos dias, devido aos níveis de fumaça e fuligem liberados na atmosfera.


Também sabemos que as partículas radioativas podem viajar muito longe. Um estudo recente descobriu que restos de carbono radioativo de testes de bombas nucleares da guerra fria foram encontrados na Fossa das Marianas, que é o ponto mais profundo dos oceanos do mundo.


Mas tudo isso é hipotético. Existem tratados internacionais em vigor para impedir a disseminação e o uso de armas nucleares, mas a gente nunca sabe né... Então espero que você nunca precise sentir na pele nenhuma dessas consequências.


Se você quiser ver esse conteúdo em forma de vídeo, basta clicar aqui abaixo!





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