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O que tem no fundo do mar?

Atualizado: 19 de fev. de 2022



Humanos tem feito um trabalho muito bom em explorar a Terra até agora, escalando montanhas, cruzando continentes e colocando as bandeiras de seus respectivos países em todo lugar em nome da ciência.


Mas tem uma parte do mundo que continua bem misteriosa para nós também é uma que cobre mais de 70% de sua superfície: o oceano.


Sim, nos navegamos nele, extraímos petróleo, praticamos esportes e criamos programas de TV baseados nas inúmeras coisas que vemos no oceano. Mas, desde oceanos brilhantes a criaturas gigantes abissais e ecossistemas com milhares de espécies desconhecidas, nós ainda temos muito que aprender sobre ele.


Provavelmente mais que qualquer lugar na Terra, o oceano está cheio de coisas fascinantes que nós não conhecemos. Ainda não.


Hoje você vai ver 7 coisas que você provavelmente não sabia sobre o oceano!


Número um: Como é o fundo do oceano?


O fato é que ainda não sabemos exatamente como o fundo do oceano se parece na maioria dos lugares.


A National Oceanic and Atmospheric Administration, a NOAA diz que 95% do fundo do oceano ainda permanece inexplorado. Por causa disso temos fotos muito melhores das superfícies de outros planetas do que da maioria do fundo do mar.



Em 2014, um time de cientistas criou um mapa do fundo do mar usando dados de satélites equipados com sensores especiais chamados radares altímetros. Esses instrumentos podem medir precisamente a distância do satélite até a superfície do oceano.


Essencialmente, quaisquer grandes montanhas ou depressões no fundo do oceano tem um leve efeito gravitacional na superfície da água, criando altos e baixos.


Essas variações são, claro, muito sutis para serem detectadas por olhos humanos, mas elas podem ser medidas por esses ultra-precisos satélites e, depois de compensar os efeitos das ondas e marés, eles dizem aos cientistas o que está no fundo do mar.


Esse mapa cobre todo o oceano do planeta, o que é incrível, mas ele tem uma resolução de apenas 5 quilômetros, que é muito pequena, então ele fica meio longe e não consegue ver realmente o fundo do oceano.


Só pra efeito de comparação, a maior parte da superfície de Marte, Vênus e da Lua foram mapeadas em resoluções de 100 metros ou até mais baixo, então esses radares viram muito mais coisas do que aqui no nosso próprio planeta.


Então, se queremos saber o que está acontecendo lá embaixo e realmente explorar o oceano, detectar vida, formações minerais específicas ou naufrágios, vamos precisar de um mapa muito melhor.


Número dois: O que existe no fundo do mar?


OK, provavelmente você está pensando que sabe que o que tem lá embaixo: Pedras. Sim. Mas não são apenas pedras.


Em 2015, cientistas reportaram que tinham perfurado quase dois quilômetros e meio abaixo do fundo do mar na costa do Japão, e descoberto micróbios vivos.

Haviam de 10 a 10.000 micro-organismos em um centímetro cúbico de sedimento que eles estudaram. Muito pouco comparado a tipo bilhões que você acharia na mesma quantidade de terra aí no seu jardim.


Mas ainda existe vida lá embaixo, mesmo no calor e pressão intensos muitos quilômetros abaixo de onde o oceano acaba.


E os genomas desses micróbios submarinos se mostraram mais semelhantes àqueles que você acharia no solo de uma floresta, do que àqueles em sedimentos do fundo do mar.


Então é possível que esses micróbios sejam descendentes de micróbios terrestres de uns 20 milhões de anos atrás, que apenas se adaptaram quando seu habitat começou a ser coberto pelo oceano.


Então, quem sabe que outros tipos de vida poderiam existir em sedimentos marinhos profundos ou o que eles poderiam nos dizer sobre como costumava ser a vida na Terra?


Número três: Lagos de salmoura.


Nós todos já vimos lagos e rios de todas as formas na terra, mas e quanto a lagos que estão ... embaixo d'água?


Parece um pouco irreal, talvez como um episódio de Bob Esponja, que tinha uma praia e eles acendiam fogueira debaixo d'água, mas essas coisas podem existir. Não a fogueira, é claro!

Bolsões de água do mar que tem composições diferentes do oceano ao redor deles e eles são assim simplesmente porque são muito mais salgados que o restante da água.


Eles são conhecidos como lagos de salmoura e parecem ter sido formadas quando camadas de sal provenientes de oceanos evaporados milhões de anos atrás foram enterradas por camadas de sedimento.


A água do mar pode chegar a esses depósitos e se misturar com o sal, formando uma salmoura densa no fundo do mar, às vezes cheios de óleo e gás metano.

Alguns lagos de salmoura, como aqueles encontrados no fundo do golfo do México, são quatro vezes mais salgados que a água do oceano ao redor. E a salmoura é tão densa que submarinos podem até meio que "flutuar" no topo dela, como um barco em um lago.


Todo esse sal faz com que os lagos de salmoura sejam letais para os animais de grande porte. Mas colônias de micro-organismos halófilos, ou que gostam de sal, podem nascer por lá, normalmente em concentrações muito maiores do que na água do mar normal.


Alguns lagos são forrados de mexilhões que tem bactérias simbióticas em suas guelras que usam o metano na salmoura para gerar energia para os mexilhões.

Mas existem toneladas de coisas que não sabemos sobre esses estranhos lagos salgado, tipo como lagos de salmoura podem ser tão diferentes uns dos outros e por quê alguns tem mexilhões e outros não e até mesmo quantos desses lagos existem!


Número quatro: Mares brilhantes.


Este é um fenômeno em que milhares de quilômetros quadrados da superfície oceânica brilham em um azul claro vibrante, como se tivesse alguma fonte de luz logo abaixo da superfície.


Esse fenômeno dura pouco tempo e existem tão poucos registros deles, que esses mares brilhantes eram considerados mitos inventados por alguns marinheiros malucos...


... até 2005.


Nesse ano um grupo de pesquisadores estava estudando fotos de satélites de uma faixa do Oceano Índico de 1995 e essas fotos mostraram um área de quase 15.000 quilômetros quadrados, que ficaram brilhando por 3 noites.



Foi a primeira evidência científica do fenômeno, mas as águas brilhantes ainda não são muito bem entendidas até hoje.


Alguns sugeriram que o brilho é causado por uma massa de pequenos dinoflagelados chamados Noctiluca scintillans conhecidos como "faíscas do mar" pelo jeito que eles brilham quando perturbados.


Esses dinoflagelados são a causa das ondas brilhantes ao longo da costa em algumas partes do mundo.


Mas esse estudo de 2005 descobriu que era "improvável, se não impossível" que essas faíscas do mar fossem as causadoras dessas áreas brilhantes por causa do estilo de vida delas.


A teoria mais aceita hoje em dia é que os mares brilhantes são causados por colônias massivas de bactérias bioluminescentes que estão brilhando em cima de alguma floração de algas.


Mas nós ainda não temos certeza como ou por quê essas massas de bactérias se juntam, brilham e desaparecem sem nenhuma explicação.


Número cinco: A baleia de 52 hertz.


Você deve pensar que nós conhecemos um monte de coisas sobre as baleias. Na verdade a gente conhece bastante coisa, como por exemplo, elas são grandes e nós temos seus esqueletos e podemos observar seus padrões de migração.


Mas uma coisa que a gente ainda temos muito sobre o que aprender são sobre o canto das baleias, desde o por quê algumas baleias fazem isso até como um animal sem pregas vocais ... ou lábios ... consegue emitir esse sons musicais.


E tem essa pergunta: Qual baleia está produzindo a canção de 52 hertz e por quê?


Essa canção de baleia foi registrada pela primeira vez por um técnico em sete de dezembro de 1992 no nordeste do oceano Pacífíco.

Ela soa como uma baleia azul, mas as canções da baleia azul normalmente são entre 15 e 20 hertz.


Para ouvir o som das baleias, veja o vídeo no final do artigo.


Esse barulho parece ser de uma única baleia que ficou conhecida como 52 Blue.


Isso leva a um monte de questões, e a gente tem que saber mais sobre baleias para conseguir responder algumas delas, como por quê o som dessa baleia é diferente? Outras baleia conseguem escutar esse som? E se elas conseguem escutar, elas entendem?


Algumas pessoas sugeriram a ideia de que a 52 Blue é uma baleia solitária chamando outras que podem não ouvir ou não responder.


Mas muitos cientistas acreditam que outras baleias podem entender, mesmo que elas não possam reproduzir esse tipo de chamado.


Também a 52 Blue parece migrar independentemente de outras baleias. Mas seus padrões migratórios meio que se parecem com o das baleias azuis e os cientistas vem rastreado essa baleia pra cima e pra baixo, no Pacífico Norte do Alaska até o México por anos e anos.


Então alguns pesquisadores pensam que ela pode ter alguma malformação que mudou o jeito como ela canta, ou talvez ela até seja um híbrido entre a baleia azul e uma outra espécie.


Número seis: Upsweep.


Agora, sons oceânicos tem praticamente seu próprio campo de estudo. A NOAA, que eu citei lá no tópico numero 1, tem monitorado a acústica no oceano por décadas afora.


Ao invés de microfones, que são usados para coletar som no ar, a NOAA usa hidrofones para gravar sons embaixo d'água.


Esses hidrofones são usados para escutar o som ambiente do oceano, para ver como humanos podem interferir com isso e para escutar coisas como terremotos e cantos de baleia.

E às vezes eles gravam coisa que são difíceis de explicar, pelo menos por enquanto.


Em 1997, por exemplo, aconteceu o que foi chamado de O Bloop, que foi um som extremamente alto e de baixa frequência ouvido por esses hidrofones até 5.000 quilômetros de distância.


Os oceanógrafos recentemente determinaram que esse som foi o resultado de um gelomoto, que é quando as geleiras de racham dentro do oceano e nesse caso foi na costa da Antártida.


Mas existe outro som misterioso do oceano, conhecido como Upsweep.


Ele foi Gravado em agosto de 1991, ele soa como um som de alerta vermelho desses filmes de naves espaciais


Para ouvir o som Upsweep, veja o vídeo no final do artigo.


Desde 1991, esse som tem sido ouvido regularmente no Oceano Pacífico, e parece ser sazonal e geralmente se torna comuns na primavera e no outono.


Pesquisadores rastrearam o som


até uma parte do Pacífico que apresentam muita atividade sísmica e vulcânica, que parecem ser pistas relevantes para esse mistério, mas de acordo com a NOAA "a origem do som não foi descoberta."


Número sete: Por que criaturas marinhas são tão grandes?


Do Kraken aos dragões marinhos, todos os nossos monstros marinhos ficcionais são gigantes. E o fato é que, na vida real, muitas criaturas abissais são grandes também.


Esse fenômeno é chamado de gigantismo abissal. Mas o que leva a isso é ... você adivinhou! ... desconhecido!


No fundo do mar e especialmente perto de oceanos polares alguns animais parecem ficar enormes, como lulas colossais, isópodes gigantes e caranguejos aranha japoneses.


Os cientistas não estão certos do por que, mas eles tem algumas explicações.


Existe a Regra de Bergmann, por exemplo, que diz que a temperatura pode influenciar no gigantismo.


Isso pode acontecer por que animais grandes tem menos área de superfície relativo ao volume do corpo, assim eles radiam menos calor em relação a suas massas pra ficarem mais quentes em climas frios.


Ainda outras teorias sugerem que o gigantismo pode ajudar os organismos a resistir a alta pressão do fundo do mar.


Mas não não temos razões biológicas conclusivas do por que essas criaturas existem.


Então, o oceano está cheio de mistérios por que ele é gigante e escuro e profundo.


Mas só pra você saber, eu não estou dizendo que esses 7 tópicos são coisas que a ciência não pode explicar.


Ao invés disso, você deveria pensar neles apenas como lembretes do quanto nós ainda temos que aprender sobre o oceano.


De acordo com a evolução da nossa tecnologia, nosso acesso ao oceano vai ficar mais fácil e nós vamos conseguir ver, ouvir e coletar muito mais coisas.


Assim, daqui a pouco esses quebra cabeças serão resolvidos e novas criaturas serão descobertas e nosso entendimento de no nosso planeta e da vida nele, vai ficar bem mais ... profundo.


Para ver esse conteúdo em forma de vídeo, acesse aqui abaixo:




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